sexta-feira, 24 de junho de 2011

Recordar o passado...

Recordar o passado... também por lá passei... há menos tempo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quarta, 20 de Abril

Coimbra - Fátima
106Km

Terceira (e última!) etapa

Numa só palavra, esta etapa, para mim, pode ser definida como sacrifício/dor/penitência... e todas as outras palavras que se possam utilizar para definir a sensação que se poderá ter ao terceiro dia, depois de mais de 36horas sentado num selim que não possui mais de 5cm2 para apoio de mais de 80kg.

O dia começou bem cedo, mais cedo até do que previsto. Depois de uma noite (mal) dormida na pousada de juventude de Coimbra devido ao barulho de miúdos que estavam lá hospedados para andarem na borga. Havia uma incompatibilidade entre nós e eles: nós queríamos dormir cedo para sair cedo de Coimbra; eles por seu lado queriam fazer borga até tarde e dormir a manhã...
Claro que não foi fácil dormir na primeira parte da noite. Quando eram 5h da manhã já estava acordado a consultar a net para ver os horários dos comboios de regresso a Braga e a analisar o track gps do dia.

Depois de tomar o pequeno almoço - bem servido - começamos a preparar para sair. O céu estava escuro, com nevoeiro, não muito quente, a chover moderadamente. Quem anda de bicicleta sabe que começar a andar a chover não é muito agradável... quando já se está a andar a começa a chover ainda se tolera mas começar a andar a chover não é nada agradável.

Mas pronto, o que tem de ser tem muita força... e por isso lá seguimos o nosso destino de Coimbra para Cernache. Para começar em beleza, depois da descida da colina de Coimbra (sim porque a pousada ficava mesmo no cimo de Coimbra) e de passar junto ao Portugal dos Pequenitos começamos a subir em direcção a um miradouro. Foi um bom aquecimento!
Seguiu-se uma série de trilhos e caminhos em terra muito bons para serem feitos com bom tempo, não com chuva, pois a força necessária a fazer nos pedais tinha de ser ainda maior em virtude a roda face ao peso e à lama criar enorme atrito.

Chegados a Cernache (15-20km), como habitual, compramos fruta para comer. E a partir daqui começou o meu calvário: se nos dias anteriores a acção de nimed e voltarem em gel eram suficientes para acalmar pequenas dores, neste dia isso não estava a resultar. As dores musculares e a posição no selim estavam a tornar o percurso muito difícil. Mas com maiores paragens lé fomos seguindo como planeado. O objectivo era almoçar em Ansião que ficava a cerca de 50km de Coimbra.

Durante o percurso da manhã pensei várias vezes que não seria possível chegar a Fátima... mas os quilómetros lá foram passando, as dores iam sendo ignoradas de todas as formas possíveis. Um pensamento no dia foi muito importante: Quero ir para casa... estou com saudades das minhas mulheres!!!

Como previsto, antes da uma da tarde estávamos em Ansião. Hora de almoçar (eu já estava com bastante fome). O Arroz de pato escondido não era como o que estava habituado... mas em tempo de fome marcha tudo e por isso depois de bem restabelecidos lá voltamos ao caminho.




Para começar a tarde encontramos pela frente uma série de caminhos a subir com elevada inclinação... um peregrino inglês que passava em sentido contrário ao ver-nos disse algo que não percebemos muito bem mas a rir-se e a fazer sinal de algo inclinado... já estávamos à espera... mas não tanto!! A subida era com uma inclinação superior a 10% de certeza! Lá foi o pato do almoço - mais ia se tivesse!!!

Mas como em tudo, no BTT, depois de uma subida há, geralmente, uma descida... e aí redimimo-nos do que tínhamos subido!

Seguimos em direcção a Ourém por caminhos mais ou menos planos (que são chatos pois está-se sempre a pedalar, caso contrário a bike pára) - e eu pensei Ourém será certamente próximo de Fátima por isso já é perto... que enganado que estava!!!

De Ourém até Fátima foram uma série de quilómetros - disseram-nos 20km - mas o que é certo é que os 20km nunca mais acabavam!!

Chegámos a Fátima, ao Santuário, exactamente às 19 horas!! Acendemos as respectivas velas e fizemos as respectivas preces.








A última etapa do dia era proceder ao regresso a casa. Depois de sabermos a distância para a estação de comboios - que fica a 25km do Santuário - looooooool a estação de Fátima fica para lá de Ourém???? Então porque se chama estação da Fátima??? Não percebi!

Sorte do taxista que tinha possibilidade de transportar as bikes até à estação onde aguardamos pelo comboio das 21.50h. Pelo caminho contou-nos um pouco da sua vida, lamentou-se por ser mais um que está impedido de levantar 150 mil euros do BPN, uma vida de trabalho para trás na Alemanha...

Já no comboio surgiu um problema para pensar pelo caminho: o comboio não tinha ligação a partir do Porto para Braga e o próximo para Braga seria às 6.25h... o que seria um enorme revés!

Mas próximo do Porto o revisor - 5 estrelas - disse-nos que contactou os colegas do último comboio para Braga para aguardar um pouco por nós... foi sair de um comboio, descer as escadas com a bike a correr e subir novamente em direcção à linha 1. Mesmo a tempo!!

Era tempo de pôr um sorriso de orelha a orelha pois estava tudo bem encaminhado para terminar em beleza!!

Como conclusão, há quem fale da ida a Santiago como sendo o troféu dos BTTistas... depois de fazer os dois percursos, discordo completamente. O percurso a Santiago além de ter menos mais de 100km é em termos de dificuldade técnica e física muito menos exigente. Para Fátima, ao contrário do que se pode pensar, a zona entre Coimbra e Fátima é de grandes altos e baixos, sempre por caminhos de terra e pedras calcárias mais ou menos afiadas capazes de cortar um pneu ou furar e estragar uma etapa. O percurso de Santiago, tirando a Labruja, é quase todo ele muito rolante. O percurso para Fátima é feito em grande parte por caminhos agrícolas, no meio do monte, em terra e com elevações mais ou menos grandes.

Outra nota a reter é o uso de alforges. Não precisam de ser muito grandes e de início vai-se notar um comportamento muito diferente na bicicleta - é como andar como uma bike com outra pessoa atrás (em vez dos 12kg habituais, pesava 30kg) mas para as costas e para o peso que é suportado no selim é muito mais favorável.

Por outro lado, ao contrário do que se diz também, o caminho está bastante bem sinalizado, sendo difícil perder-se o rumo. No entanto, a ajuda do GPS nunca se deverá descurar.

A próxima será certamente diferente das duas primeiras... mas não será certamente para já!!!

Bom caminho!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Braga - Fatima (pelos caminhos de Santiago) - etapa II

Terça, 19 de Abril

S. João da Madeira - Coimbra
99,188Km

Segunda etapa



Depois de uma noite dormida no polivalente dos bombeiros de S. Joao da Madeira que foi relativamente bem dormida, acordamos as 6.30h e preparamos para mais uma etapa. Depois de arrumar tudo nos alforges - parece que pesam cada vez mais!! - partimos por volta das 8.00.

O céu estava escuro e o meu maior receio do dia estava parecia ameaçar aparecer: a chuva. De inicio parecia o suar do céu, mas quem esta a sair do quentinho não sabe muito bem. Mas enfim, são circunstâncias da vida!!




Lá fomos com períodos intermitentes de chuva e de algum sol num tira e põe impermeavel em direcção a Águeda onde almoçamos, imagine-se, numa esplanada!! Quase a chover, mas numa esplanada. Pedimos ao dono para abrir a esplanada de propósito para almoçarmos pois não podíamos deixar as bikes sozinhas na rua! Ate com chuva fomos brindados durante o almoço mas como tinha um pequeno coberto não incomodou. A funcionária, 5 estrelas, foi super atenciosa connosco.




Durante a tarde seguimos em direcção a Coimbra. Mas nesta etapa, embora custosa por estar a chover, teve o importante contributo do GPS. Esse hoje, valeu todos os euros que custou!!! Foi possível em alguns locais de menor sinalização conseguir seguir o trilho correcto. Noutras alturas foi determinante para voltar ao trilho quando nos perdíamos.

Chegamos a Coimbra relativamente cedo, 18h. O problema foi chegar à pousada de Juventude que fica no cimo da cidade. Depois de 100km o que menos se quer fazer é subidas!!! Principalmente quando já se esta bastante desgastado.


O caminho de hoje tinha muitos bons trilhos sempre em paralelo com a EN que tínhamos por vezes de cruzar mas sem grandes quilómetros percorridos na nacional. Atravessamos campos com erva que ajudava a molhar, trilhos cheios de lama que aumentavam em muito a dificuldade e estradas secundarias bastante boas. Ah, não me podia esquecer dos empedrados que ainda mais dificultaram a postura em cima da bike.

Hoje ao contrário de ontem só passamos por um peregrino que seguia sozinho em direcção a Santiago. Ontem ainda nos cruzamos com muitos peregrinos que seguiam em direcção a Santiago.

Amanha será certamente a ultima etapa. Espero que não chova!!! Pois 106km debaixo de agua é como fazer 150km sempre a subir. A dificuldade sobe muito.

Logo veremos. Agora vou dormir!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Braga - Fatima (pelos caminhos de Santiago)

Segunda, 18 de Abril 2011

Prjmeira etapa concluída: 130km. Braga - S. Joao da Madeira

Saída as 7h em ponto. A bicicleta parecia que Pesava 50kg! Depois de fazer a primeira subida, já estava cansado como se tivesse feito ate ao Sameiro...




Mas depois de um cafezito tudo ficou normal. Seguimos em direcção a Sequeira rumo a Pedra Furada. Tudo corria bem para o meu lado. Os meus alforges estavam a portar-se lindamente (tenho de agradecer o contributo do Sr. Marques) no entanto o Gomes, com as teorias dos elásticos, começou a deixar de funcionar - vá lá que deu a mão à palmatória relativamente ao modo como os meus estavam fixados. Felizmente que pelo caminho lá encontramos uma serralharia de alumínio para pedir uma barra para ajudar a segurar nos alforges e impedir que tocassem na roda.


Depois deste pequeno percalso característico do inicio de percurso lá seguimos ate Pedra Furada. Algumas subidas acentuadas e descidas mas nada de anormal. Chegamos ao primeiro destino sem grandes problemas graças ao apoio do GPS.






A partir daqui seguimos as setas azuis em direcção a Fatima. Ao contrário do que diz o percurso está muito bem sinalizado. Sempre a seguir as setinhas azuis. No entanto por tanto seguir as setas azuis tivemos o primeiro contratempo: o primeiro engano. Algum iluminado resolveu marcar um passeio com setas... Azuis!!!


E com isto fomos em direcção a Famalicao. Até que reparamos que as setas amarelas (que deviam aparecer em sentido contrário mas difíceis de verpor se encontrarem nas costas da área de visibilidade) deixaram de se ver. Toca a observar no GPS (que não pode ir sempre ligado pois caso contrário não durava o percurso todo) e confirmar que estávamos bastante ao lado do previsto.



Seguimos em direcção ao Porto por caminhos diferentes dos de Santiago ate ao Porto. Como não tínhamos setas para orientar seguimos pelo Castelo do Queijo através da marginal e Ponte D. Luis. Aí voltaram a aparecer as respectivas setas indicadoras.






A partir daqui começaram a aparecer as primeiras subidas mais acentuadas. Sempre a seguir as setas que agora apareciam desfazadas das amarelas. Dejá vu? Não! Depois de consultar o GPS parecia que estávamos a seguir pelos caminho correcto.


Seguimos num zig-zag atravessando a N1 e a autoestrada mas raramente a pedalar pela nacional 1. Deu para constatar que o caminho de Santiago a partir do Porto estava mal sinalizado. Felizmente que o caminho para Fatima esta todo ele muito bem sinalizado.

Depois de muitas paragens para comer, beber e descansar - almoçamos na Maia no Mac... Chegamos a S. Joao da Madeira perto das oito da noite onde pernoitamos no Quartel dos Bombeiros.


Agora vou dormir...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma das minhas primeiras voltas de BTT


Na altura não sabia de metade do pouco que agora sei deste mundo que é o BTT...